Transcrevendo: jornalista César Santos

Política nos púlpitos

A Igreja Evangélica começa a oferecer sinais de que pretende ter uma participação efetiva na sucessão municipal do próximo ano. Não chegaria a lançar uma candidatura a prefeito, mas, certamente, buscaria espaço compatível com o seu tamanho e atuação em Mossoró. Hoje, os evangélicos têm o vereador Daniel Gomes (PMDB) como único representante na política mossoroense, muito pouco para a dimensão da igreja na cidade. Calcula-se que Mossoró tem hoje mais de 40 mil evangélicos, distribuídos principalmente na Assembleia de Deus, que conta 160 igrejas em todos os bairros e na zona rural. Essa estrutura – considerável – atraiu o interesse de partidos e grupos políticos. Ontem, dez pastores se reuniriam para decidir se as suas igrejas aceitariam convites feitos por líderes de vários partidos, como PV, PSD, PMDB e o PMN, liderado pelo deputado evangélico Antônio Jácome. As congregações avançariam ainda mais no seio da sociedade (leia-se eleitor), a partir da realização do “Cristo Liberta”, megaevento com a participação de 26 igrejas e que será realizado todos os anos no mês de setembro, em praça pública. A presença da igreja evangélica na política do país é antiga. No golpe militar de 1964, também afetou os púlpitos. Pastores foram presos e torturados, muitos evangélicos desapareceram nos porões da ditadura. O governo perseguiu entidades de orientação evangélica, como o Departamento de Mocidade da Confederação Evangélica do Brasil (CEB), em que jovens eram politizados e introduzidos à vida política brasileira. Hoje, a Igreja Evangélica busca assumir o lugar de destaque, recuperando o tempo perdido. E em Mossoró não é diferente.

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