Eleições 2014 - Dilma na terra de Eduardo Campos



O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a presidente Dilma participam da inauguração de uma adutora para combater os efeitos da seca na cidade pernambucana de Serra Talhada
Foto: Hans von Manteuffel / O Globo
Dilma Rousseff e Eduardo Campos - Foto:  O Globo


BRASÍLIA e SERRA TALHADA - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira a necessidade de se montar coalizões políticas para governar um país da complexidade do Brasil e, em cerimônia que teve a participação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse que os aliados têm de estar comprometidos com um projeto de nação.
Campos, que participou com Dilma da inauguração de uma adutora para combater os efeitos da seca na cidade pernambucana de Serra Talhada, é um aliado histórico do PT, mas tem se movimentado na direção de uma eventual candidatura à Presidência em 2014, quando Dilma buscará a reeleição.
— Vamos continuar sendo um dos países com menor taxa de desemprego. Vamos, sobretudo, cada vez mais, provar que o país só é forte e desenvolvido se tivermos a determinação e coragem de continuar por esse caminho. E esse caminho é o caminho deste país com tantas diferenças, deste país grande e democrático, deste país sem guerra, mas sobretudo dessa capacidade de construir democraticamente uma coalizão para dirigir este país. Nenhuma força politica sozinha é capaz de dirigir um país desta complexidade. Precisamos de parceiros. Precisamos que esses parceiros sejam comprometidos com esse caminho — disse Dilma durante a cerimônia.
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Em seu discurso, a presidente elogiou a parceria do governo federal com a administração de Campos no estado e citou vários investimentos federais em Pernambuco, como a duplicação de estradas e a refinaria da Petrobras em Abreu e Lima, que a presidente garantiu que será concluída.
- Pernambuco eu acho que é um novo Pernambuco nos últimos dez anos e, sem dúvida, o governador tem um grande papel nisso e o governo federal, tanto com Lula como na minha gestão, também tem - disse.
Dilma também exaltou em diversos momentos de sua fala seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lembrando que ele é nordestino e pernambucano.
‘Não sou de prometer e não cumprir’
Em sua primeira visita a Pernambuco depois que o nome de Campos passou a aparecer como seu adversário na sucessão presidencial, Dilma fez questão de detalhar todos os investimentos que o governo federal vem destinando ao estado. Já Campos, em discurso ao lado da presidente, mencionou a importância da estabilização da economia no período em que o país foi governado pelo PSDB. O governador, por outro lado, também agradeceu as parcerias com as gestões petistas.
Entre os investimentos em Pernambuco, a presidente anunciou o início de novas obras hídricas, uma nova ferrovia e deu um aviso às mais de 3 mil pessoas que se comprimiam para vê-la:
- Não sou de prometer e não cumprir - disse, referindo-se a iniciativas com as quais afirmou que recuperará as perdas dos últimos dez anos que os sertanejos enfrentaram com a seca.
Junto com o governador, Dilma inaugurou em Serra Talhada o primeiro trecho da Adutora do Pajeú, que deixará 90 mil pessoas livres da dependência de carros-pipa. No discurso, ela disse que o Brasil tem hoje "outra cara" e não aquela feia de antes, da "miséria e da exclusão".
O governador Eduardo Campos, ao falar sobre os problemas causados pela seca, afirmou à presidente que a estabilização da economia foi importante para que o governo do ex-presidente Lula pudesse distribuir renda.
- Construímos fundamentos macroeconômicos importantes e, depois, com Lula, vimos essas condições fazer o governo chegar aonde não chegava antes - disse o pernambucano, que na semana passada se reuniu com o ex-governador José Serra (PSDB).
‘Guerra de faixas’
Em Serra talhada, o clima de disputa entre Dilma e o governador Eduardo já estava nas ruas. Nos muros, postes, em prédios e até na BR-232, a "guerra" foi visível em faixas padronizadas, confeccionadas por seguidores dos dois lados. O PSB mandou confeccionar 20 faixas. O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), não ficou atrás.
"Presidente Dilma, Serra Talhada sente-se honrada com sua visita. Aqui temos gratidão e lealdade ao seu governo", dizia uma faixa. Em outra, assinada pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), o socialista foi saudado: "Obrigado, governador Eduardo Campos, pela criação do Fundo de Desenvolvimento municipal".
O fundo foi anunciado em fevereiro, logo após um encontro de Dilma com prefeitos de todo o país, inclusive do nordeste, que disseram ter saído frustrados da reunião com a presidente. A Amupe é presidida pelo prefeito José patriota, que é do PSB.
Às margens da BR-232, adolescentes seguravam faixas em defesa do governador. Eles teriam recebido R$ 20 pelo serviço. Na BR-232, uma equipe do “Jornal do Commercio”, que vinha para Serra Talhada, flagrou um carro de repartição oficial de Pernambuco distribuindo faixas pró-Campos.
Campos e Dilma participaram da cerimônia de inauguração de um trecho de 118 km da Adutora do Pajeú, projeto hídrico incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), orçado em R$ 547 milhões. A previsão do governo é de entregar todo o projeto, que totaliza 598 km de tubulações, no final deste ano.
Dilma participará de missa no Rio
A demora no repasse de dinheiro para os municípios é outra reclamação frequente, e o governo poderá mandar os recursos diretamente paras as prefeituras. Desde abril do ano passado, o governo federal já liberou R$ 5,1 bilhões para ações emergenciais contra a seca.
De Serra Talhada, a presidente seguirá diretamente para o Rio, onde participará à tarde da missa em memória das vítimas das enchentes na Serra Fluminense, com governador Sérgio Cabral. Eles vão sobrevoar a região e depois terão uma reunião de trabalho.

Fonte:  www.oglobo.com

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