A Copa do Mundo nem começou, mas, a confusão fora de campo continua

Em discurso na tarde deste sábado durante o 17º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), em Brasília, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil não tem do que se envergonhar na preparação para a Copa do Mundo. Foi uma resposta — sem citar nomes — ao ex-jogador Ronaldo, que em entrevista de grande repercussão na sexta-feira, à agência Reuters, disse que se sente "envergonhado" com os problemas que o país enfrenta para concluir as obras necessária para a competição.

"A Copa do Mundo se aproxima e tenho certeza que o nosso país fará a Copa das Copas. Tenho certeza da nossa capacidade. Tenho certeza do que fizemos, tenho orgulho das nossas realizações. Não temos do que nos envergonhar e não temos complexo de vira-latas", afirmou.

Pouco antes, o Ministro do Esporte Aldo Rebelo já havia respondido ao ex-jogador. Rebelo afirmou que, como integrante do Comitê Organizador Local (COL), Ronaldo dava um "chute contra o próprio gol" ao se manifestar.

Na entrevista à Reuters, Ronaldo afirmou que as críticas feitas pela Fifa ao Brasil pelo não cumprimento de prazos são justas, já que o país sabia desde 2007 das exigências da entidade. “De repente chega aqui e é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado porque é o meu país, o país que eu amo. A gente não podia estar passando essa imagem”, lamentou.

Além de se contrapor a Ronaldo, o ministro repetiu o mantra de que não há motivo para aflição. "Esse grande evento não será motivo de constrangimento para o país que construiu a sétima economia do mundo e é o maior vencedor de todos os Mundiais", disse ele. "Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha." Para Rebelo, o governo cumpriu seu papel no "esforço de construção e de desenvolvimento do Brasil".

Também no sábado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em entrevista ao jornal suíço Le Temps apontou uma das razões pelas quais um país que tem notórias deficiências de gestão e mão de obra especializada, e um igualmente notório excesso de burocracia, acabou se enredando no cipoal em que se encontra dias antes do início da Copa. Segundo Blatter, o Brasil chegou a propor a construção de 17 estádios para sediar a Copa do Mundo de 2014, duas vezes mais que a exigência da entidade. No final, as sedes foram 12 — e Blatter fez questão de ressaltar que a decisão de levar a Copa para lugares como Manaus foi do governo brasileiro, e não da Fifa.

Fonte: www.veja.com.br

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