Ministério Público vai investigar construção de casas no Alto da Pelonha em Mossoró
Casas do Alto da Pelonha podem ter sido construídas de forma irregular - Foto: Defato.com |
Os Ministérios Públicos Estadual e Federal vão investigar o processo de construção de aproximadamente 200 casas no conjunto habitacional Alto da Pelonha, na zona leste de Mossoró. Todas elas foram interditadas pelo Corpo de Bombeiros e condenadas pela Defesa Civil por oferecerem riscos aos moradores. As medidas foram tomadas após as chuvas que caíram na cidade no último fim de semana. As casas construídas entre 2009 e 2010 fazem parte do programa do governo estadual Casa da Gente. De acordo com os moradores, as construções não possuem alicerces.
Após reportagem publicada na edição de ontem da TRIBUNA DO NORTE o Ministério Público Estadual do Rio Grande do Norte (MPE-RN) vai abrir procedimento investigativo para apurar informações relativas a construção das residências. A denúncia foi encaminhada à Secretaria de Patrimônio Público e aguarda distribuição. A informação foi repassada pela assessoria de imprensa do MPE-RN.
A qualidade das construções já vinha sendo questionada antes mesmo dos prejuízos provocados nas casas em função das chuvas do último fim de semana. Em março de 2012 o Ministério Público Federal (MPF-RN) abriu procedimento administrativo para apurar irregularidade na construção do conjunto habitacional e possível emprego de material de má qualidade. A investigação avançou e, segundo informações passadas pela assessoria de imprensa, o MPF-RN encaminhou em outubro do mesmo ano, pedido para a Polícia Federal abrir inquérito policial, uma vez que os recursos empregados na obra são federais.
O Ministério Público Federal também pediu a realização de perícias. De acordo com informações apuradas o inquérito teria sido aberto já em novembro, porém não foi possível confirmar essa informação pois o expediente de trabalho da assessoria de imprensa da Polícia Federal em Natal e Mossoró já havia encerrado. Os rumores que circulam entre os moradores dão conta de que um único saco de cimento era dividido para erguer várias casas. Por medo muita gente já abandonou suas casas. A empregada doméstica Adriana Soares, mora em uma rua com muitas casas fechadas. “A gente não pode nem lavar o chão que afunda, tudo aqui é fraco. Se botar um prego, cai. As pessoas aqui falam que um pacote de cimento foi dividido para não sei quantas casas”, reclama. O terreno onde parte das casas foram construídas é de passagem de riacho, fica próximo de um córrego. Em muitos pontos, a terra e fofa e é preciso ter cuidado ao caminhar para o terreno não ceder.
Fonte: www.tribunadonorte.com.br
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